Serie De Ficção Cientifica Brasileira: A nossa vida é repleta de magia quando entendemos, e unimos a nossa sincronicidade com o todo. “A Harpa Sagrada” inicia-se numa serie de revelações onde o homem tem sua essência cravada no sagrado, e o olhar no cosmos aspirando sua perfeição.

sexta-feira, 28 de outubro de 2011

Tapete voador sem mágica?

O tapete voador, no centro inferior, precisa ficar preso aos fios que o alimentam. Mas os cientistas já estão trabalhando em uma versão wireless.[Imagem: Jafferis et al.]
Transporte sem rodas
Cientistas da Universidade de Princeton, nos Estados Unidos, criaram o primeiro tapete voador autêntico.
Por enquanto, ele não seria capaz de levar ninguém em um passeio pelas arábias, já que tem o tamanho aproximado de um envelope.
Mas Noah Jafferis e seus colegas afirmam que sua criação pode ser o princípio de uma nova forma de transporte sem rodas.
Os cientistas estão pensando nos hovercrafts, ou aerodeslizadores, veículos que flutuam sobre um colchão de ar.
Movido por ondulações
O tapete voador tem 10 centímetros, é transparente e é movido por ondulações de alta frequência em sua superfície.
As ondulações são geradas por fitas piezoelétricas que ondulam sob a ação de uma corrente elétrica.
Essas ondulações "aprisionam" o ar embaixo do tapete voador, carregando essas "bolsas de ar" da parte frontal para a parte traseira do tapete, promovendo a sustentação do material.
"Nós usamos atuadores piezoelétricos e sensores para demonstrar a força propulsora produzida por ondas controláveis viajando em uma folha fina de plástico suspensa no ar acima de uma superfície plana," escrevem os pesquisadores.
Isto mostra que o termo "voador" também precisa ser visto com cautela, uma vez que o tapete voador do Dr. Jafferis se parece mais com um aerodeslizador, que usa um colchão de ar para se manter a alguns centímetros acima da superfície.
O princípio de funcionamento do tapete voador é simples, embora o sistema de controle tenha dado bastante trabalho para ser devidamente ajustado. [Imagem: Jafferis et al./APL]
Frequência e velocidade
O controle das ondulações da folha de plástico é feito dosando-se precisamente a corrente que é disparada em pulsos em cada uma das fitas piezoelétricas coladas ao material.
"Nós geramos ondas com amplitudes de até 500 micrômetros e, a 100 Hz, nós medimos forças acima de 100 microNewtons, resultando em velocidades acima de 1 centímetro por segundo," dizem os pesquisadores.
Este primeiro protótipo é alimentado por fios, o que significa que ele não poderia sair flutuando pelo chão do laboratório, devendo ficar ancorado no equipamento que o controla.
Mas os cientistas afirmam que já estão trabalhando em uma versão alimentada por energia solar, o que permitirá eliminar os fios e observar o "tapete flutuante" em condições reais.
"A força aerodinâmica propulsora que nós demonstramos é teoricamente suficiente para fazer a folha 'voar', desde que ela seja liberada das suas amarras," afirmam.
Partes ondulantes
Se o conceito puder ser ampliado para grandes escalas, ele se tornará uma opção a ser levada a sério para motorizar os aerodeslizadores, que hoje empregam grandes motores e hélices para gerar seu colchão de ar.
Um hovercraft motorizado por um tapete voador seria muito mais leve e mais simples, essencialmente com uma motorização sem "partes móveis" - no sentido tradicional de engrenagens, rolamentos e hélices.
Bibliografia:

Traveling wave-induced aerodynamic propulsive forces using piezoelectrically deformed substrates
Noah T. Jafferis, Howard A. Stone, James C. Sturm
Applied Physics Letters

iPhone pode espionar você...

iPhone pode espionar o que você está teclando no computador



iPhone espião
Você costuma chegar no escritório, colocar seu iPhone sobre a mesa, ao lado do computador, e começar a trabalhar?
Então é melhor se cuidar, porque este é o cenário ideal para que um iPhone se transforme em um espião - o que Patrick Traynor e seus colegas do Instituto de Tecnologia da Geórgia, nos Estados Unidos, chamam de "spiPhone", um iPhone espião.
Os pesquisadores descobriram que o acelerômetro do iPhone pode ser usado para detectar e registrar as vibrações do uso de um teclado que esteja sobre o mesmo móvel, com uma precisão suficiente para reconstruir frases inteiras com até 80% de precisão.
É claro que, para que seu iPhone seja usado contra você ele precisará antes ter sido atacado e estar sob controle de um espião humano. Mas, se isto acontecer, as possibilidades são preocupantes.
Acelerômetro desprotegido
A maior precisão na espionagem foi conseguida com um iPhone 4, "que tem um giroscópio para eliminar o ruído do acelerômetro, e os resultados foram muito melhores. Nós acreditamos que a maioria dos smartphones fabricados nos últimos dois anos são sofisticados o suficiente para permitirem esse ataque," disse Traynor.
Ouvir o que está sendo teclado e interpretar esses sons é algo que pode ser feito mais facilmente com o microfone. Mas os pesquisadores dizem que, sabendo disso, os sistemas operacionais já protegem o microfone, impedindo seu uso por aplicações não autorizadas. Já os acelerômetros ainda estão livres.
Como o acelerômetro é muito menos sensível do que o microfone - 100 registros por segundo, contra 44.000 do microfone - os pesquisadores não conseguiram gravar teclas individuais.
Mas gravando pares de teclas, e depois testando os registros contra um dicionário de 58.000 palavras, o ataque consegue reconstruir as frases digitadas no computador ao lado com precisão de 80%.
O que, é claro, inclui senhas.
Use os bolsos
"A forma de funcionamento que vislumbramos para esse ataque é você, dono do telefone, baixar uma aplicação aparentemente inocente, que não lhe pede para usar nenhum sensor do telefone," explica Henry Carter, coautor da pesquisa.
"Então, o malware de detecção de teclas é ligado e, da próxima vez que você colocar seu celular próximo ao teclado e começar a teclar, ele começa a ouvir," completa.
Felizmente, os cientistas dizem que defender-se desse ataque é bem simples: deixe seu iPhone no bolso.
Ou coloque-o a pelo menos 10 centímetros de distância do seu teclado, distância na qual o acelerômetro perde a precisão na detecção das letras.

Fim da teoria do Big Bang?


Mais importante do que a teoria em si é a demonstração de que o Sol pode ser usado como laboratório para teorias cosmológicas.[Imagem: NASA]
Teoria de Eddington

Um grupo de físicos portugueses está propondo que o Sol seja usado para testar algumas teorias alternativas à Teoria da Relatividade Geral de Einstein.
Jordi Casanellas e seus colegas da Universidade Técnica de Lisboa afirmam que uma teoria proposta há mais de um século por Arthur Eddington não foi totalmente descartada pelas observações recentes dos neutrinos solares e das ondas acústicas solares.
E, segundo eles, uma variante da teoria de Eddington pode ajudar a resolver algumas das deficiências das teorias atuais.

Problemas da Teoria da Relatividade

A Teoria da Relatividade Geral, que descreve a gravidade como a curvatura do espaço-tempo por corpos celestes de grande massa, tem passado por todos os testes aos quais tem sido submetida ao longo dos anos.
Mas isto não significa que ela não tenha problemas.
Além da bem conhecida dificuldade de unificação com a mecânica quântica e das ainda pendentes explicações para a matéria e a energia escuras, há o problema bem mais sério das singularidades, onde as leis da física simplesmente se esfacelam.

Buracos negros e Big Bang

Em 2010, Máximo Bañados (Universidade Católica do Chile) e Pedro Ferreira (Universidade de Oxford) propuseram uma variante da teoria de Eddington que adiciona um termo gravitacional repulsivo para a teoria da relatividade.
Mas o que parece ser a simples adição de mais um membro a uma equação tem um efeito devastador sobre o entendimento mais geral do cosmo.
Esse termo gravitacional repulsivo não apenas elimina a necessidade das singularidades - ele descarta a formação dos buracos negros e a ideia de que o Universo teria surgido de um Big Bang.

Sol como laboratório

Quando tenta interpretar um campo gravitacional em um vácuo, essa teoria inspirada em Eddington é equivalente à teoria da relatividade. Mas ela prevê efeitos diferentes para a gravidade agindo no interior da matéria.
O lugar ideal para testar essas diferenças seria o interior de estrelas de nêutrons.
Embora se acredite que estrelas de nêutrons possam acordar o vácuo quântico, não se sabe o suficiente a respeito delas para comparar as duas teorias. Por exemplo, recentemente foi encontrada uma estrela de nêutrons cuja existência os astrônomos acreditavam ser impossível.
Entra em cena então a proposta de Casanellas e seus colegas portugueses: usar o Sol.
Mesmo sendo uma fonte de gravidade muito menos extrema do que uma estrela de nêutrons, o funcionamento do interior do Sol já é razoavelmente bem descrito pelos modelos solares.
O grupo de Casanellas calculou que, mesmo em sua forma newtoniana, não-relativística, a teoria derivada de Eddington prevê diferenças quantificáveis nas emissões solares em comparação com a teoria gravitacional padrão, desenvolvida por Einstein.

Constante gravitacional na matéria

O termo gravitacional repulsivo na teoria de Bañados e Ferreira, afirmam eles, seria equivalente a dar um valor diferente para a constante gravitacional no interior da matéria.
E intensidades diferentes da gravidade no interior do Sol devem resultar em diferenças em sua temperatura interna, uma vez que se assume que o Sol está em equilíbrio hidrostático - a pressão para dentro de sua massa é equilibrada pela pressão para fora gerada pelas reações de fusão nuclear em seu interior.
Uma temperatura mais elevada implica uma maior taxa de fusão nuclear, o que, por sua vez, implica em uma maior taxa de emissão de neutrinos solares, algo diretamente mensurável.
E não apenas isso: uma força da gravidade maior no interior do Sol implica em uma variação na sua distribuição de densidade, o que deve modificar a propagação das ondas acústicas em seu interior, o que pode ser medido com as técnicas da heliossismologia.
Todos esses dados já estão disponíveis. Contudo, eles colocam sérias restrições à nova teoria, impondo limites muito estreitos para seus valores.
Mas não a descartam, afirmam os pesquisadores, salientando que os dados apenas colocam limites para a nova teoria.
Um teste mais rigoroso exigiria melhorias nos modelos solares, incluindo a abundância de hélio na superfície do Sol, ou medições mais precisas dos fluxos de neutrinos.
Para apenas fazer o teste já é por si um enorme avanço, demonstrando que nossa estrela - tão pequena em termos cósmicos - pode ser usada para fazer experimentos de teorias com potencial de explicação em termos universais.

Esfera no buraco

Paolo Pani, um dos membros da equipe, sugere um teste alternativo, aqui na Terra mesmo.
Para ele, tanto a teoria derivada de Eddington, quanto outras teorias alternativas da gravidade, poderiam ser testadas medindo a atração gravitacional entre uma esfera de metal inserida em um buraco no solo e a massa da Terra ao seu redor.
A ideia é fazer um buraco onde coubesse apenas a esfera, e nada mais, com uma precisão gigantesca, de forma que a medição mostrasse apenas a intensidade da gravidade no interior da matéria, e não no vazio ao seu redor - no caso, no ar.
Entretanto, o próprio Pani concorda que projetar esse experimento apresenta desafios consideráveis.
Não poderia ser diferente para alguém que tenha a pretensão de desbancar uma das teorias de maior sucesso até hoje.