Serie De Ficção Cientifica Brasileira: A nossa vida é repleta de magia quando entendemos, e unimos a nossa sincronicidade com o todo. “A Harpa Sagrada” inicia-se numa serie de revelações onde o homem tem sua essência cravada no sagrado, e o olhar no cosmos aspirando sua perfeição.

segunda-feira, 24 de abril de 2017

Tardígaros voltando a vida

Ofilo dos tardígrados, microscópicas criaturas aquáticas, já é considerado um dos mais resistentes da Terra. Esses bichinhos são capazes de sobreviver por dez dias de exposição a radiação cósmica enquanto flutuam pelo espaço. Também conseguem permanecer vivos dentro de uma grande variação de temperaturas que vai de 100 a - 272°C.
Mas essas aptidões ficam no chinelo quando comparadas a sua extrema capacidade de, quando sem água, encolherem e permancerem vivos por quase uma década. No momento em que eles se veêm às voltas de um ambiente extremamente seco, os tardígrados recolhem suas oito pernas e cabeça para dentro de seu corpinho. A partir deste momento, seu metabolismo diminui para quase zero, garantindo ao organismo sua sobrevivência.
Ao menor sinal de água, porém, o tardígrado literalmente cresce e volta a sua vida normal. O fênomeno chamou a atenção de alguns cientistas da Universidade da Carolina do Norte, nos Estados Unidos, que resolveram investigar o que era responsável por tal característica.
Em pesquisa publicada no periódico Molecular Cell, o grupo explica como a desidratação ativa vários genes do tardígrado. Estes são responsáveis por produzir uma série de proteínas, chamadas de tardigrados, que encapsulam moléculas biológicas dentro das células do animal, como se fossem pequenas estruturas de vidro.
Isso é o que permite o estado de encolhimento em que o tardígrado entra quando se depara com seca — chamado de anidrose. Essas proteínas, porém, derretem quando entram em contato com líquidos.






Resultado de imagem para tardígradoO grupo de cientistas conseguiu fazer a descoberta após colocar os minúsculos organismos em um ambiente úmido que foi sendo constantemente desidratado. Antes acreditava-se que os animais conseguiam realizar a proeza da sobrevivência sem água por causa de um açúcar chamado de trealose. O problema é que a substância não foi encontrada no corpo dos tardígaros.
Após identificarem os genes, os pesquisadores os implantaram em leveduras e bactérias. Estes desenvolveram habilidades similares a dos tardígaros para sobreviver na seca. O fato animou os biólogos, que acreditam ser possível fazer o mesmo procedimento em vacinas e remédios baseados em  proteínas, o que ajudaria a estabilizá-los, permitindo seu transporte em temperaturas ambiente e não em compartimentos refrigerados.
"Isso pode ajudar a quebrar a dependência que temos de aparelhos de resfriamento, o que é um grande impedimento logístico e econômico quando se precisa levar medicamentos para pessoas em partes remotas ou em desenvolvimento do mundo", explica o líder da pesquisa, Thomas Boothby. "Agora estamos buscando esse tipo de aplicação."
Num futuro próximo, quem sabe, isso poderá ser aplicado até mesmo em humanos, nos permitindo sobreviver em meios extremamente secos como, por exemplo, a superfície de Marte.
Revista Galileu.

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